Diretrizes Propostas Para a Reformulação Institucional do Setor Elétrico Brasileiro
A ACESA (Associação das Concessionárias e Empresas do Setor Elétrico), que à época congregava todas as concessionárias de energia elétrica do Brasil, foi o cenário de um dos trabalhos mais relevantes de minha trajetória. O projeto “Diretrizes Propostas para a Reformulação Institucional do Sistema Elétrico Brasileiro” nasceu em um contexto de crise e de debates intensos sobre o futuro do setor, no início das privatizações.
Fui convidado a coordenar uma equipe nacional de representantes de empresas do setor, com a missão de buscar consensos sobre temas sensíveis — como a revisão do modelo tarifário, então calcado no cost plus, e a proposta de um pool de compra compulsória de energia. Com mediação firme e metodologias de grupo, transformamos dissensos históricos em encaminhamentos objetivos.
Após dias de reuniões em Brasília e trabalho estruturado de síntese, obtivemos um conjunto de diretrizes institucionais aprovado por unanimidade pelos presidentes das empresas integrantes da ACESA, em plenária realizada no auditório da CEMIG.
Em seguida, o Governo Federal lançou uma licitação internacional para a reformulação oficial do modelo do setor. Nossa proposta — em consórcio com a Universidade de Stanford — empatou com a da National Grid inglesa, que acabou vencedora e projetou um arranjo inspirado em sistemas térmicos desligáveis, pouco aderente à realidade brasileira, majoritariamente hidrelétrica e interligada.
Grand Finale — Durante os trabalhos conduzidos pela National Grid, recebi no meu escritório, no Rio de Janeiro, o ex-Presidente da LIGHT, profissional de elevada integridade, que me confidenciou seu profundo arrependimento por ter se consorciado com os ingleses. Segundo ele, a condução adotada estava equivocada e resistia a ponderações técnicas — e, naquele momento, lamentou não ter se unido ao nosso projeto.
Ainda que não tenha sido o consultor oficial da reforma, o projeto da ACESA consolidou meu nome nacionalmente e abriu portas a novos trabalhos de grande porte. Foi um marco de mediação estratégica, construção de consensos e liderança técnica — encerrando esta seção do Acervo de Realizações junto a empresas e instituições do Setor Elétrico Brasileiro com a dimensão institucional que ele merece.
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