A Companhia Nacional de Álcalis foi uma empresa brasileira produtora de barrilha e sal. Foi uma das empresas, junto com a Companhia Siderúrgica Nacional, a Companhia Vale do Rio Doce e a Fábrica Nacional de Motores, criadas no período do Estado Novo com o objetivo de impulsionar a industrialização do Brasil.
A empresa era a única produtora de BARRILHA (Carbonato de Sódio) na América Latina, produto essencial para várias indústrias, tais com a de vidros, papel, detergentes e sabões, diferentes produtos químicos, têxteis, tratamento de água e muitas outras, atuando como reguladora do pH e para neutralizar ácidos em várias cadeias de produção.
Para isso utilizava como matéria prima o cálcio existente em jazidas de conchas marinhas existentes na Lagoa de Araruama, situada na Região dos Lagos do Estado do Rio de Janeiro, bem como grades quantidades de gás natural – era o maior consumidor do estado.
Esse produto é controlado mundialmente por um duopólio, com isso tendo sido criada uma perigosa vulnerabilidade estratégica, pois uma eventual interrupção de seu fornecimento colocaria em colapso toda a indústria química que está na base de praticamente todos os demais setores industriais, incluindo a do petróleo!
E empresa foi adquirida no âmbito de um programe de privatização em 1992 pelo Grupo Fragoso Pires, tendo sido a minha contratação realizada com o suposto objetivo de avaliar a viabilidade de sua recuperação.
Os estudos que na ocasião fiz em forte interação como seu Corpo Gerencial demonstraram porém uma total inviabilidade de ser obtida essa recuperação, tendo em vista:
Diante dessa situação, apresentei um relatório conclusivo recomendando a desativação da empresa e a venda de suas instalações como sucata, havendo como única alternativa a construção de uma nova planta industrial em Mossoró, no Rio Grande do Norte, onde o grupo possuía grandes jazidas de sal, que poderiam ser utilizadas como fontes de matéria prima, existindo porém sérias dificuldades para a obtenção de gás natural.
Tendo finalizado minha atuação consultiva, soube informalmente, bastante tempo após, que a sua direção havia feito a doação de suas instalações para uma associação de seus empregados, tendo porém previamente transferido para ela o grosso de seu endividamento corporativo, o que acabou levando inevitavelmente à sua falência, tendo as suas antigas instalações se transformado em ruínas, tal como ilustrado tragicamente abaixo:
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